quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

As dinâmicas empreendedoras em Portugal - o desafio para o crescimento sustentado do país

O conceito de empreendedorismo deriva das palavras francesas «entre» e «prendre», e significa estar no mercado entre o fornecedor e o consumidor. Deste modo, podemos dizer que se trata de um processo dinâmico, que envolve a identificação de oportunidades de negócios e a criação de bens e/ou serviços que respondam a essas necessidades.
Por sua vez, o empreendedor é alguém persistente, que identifica uma oportunidade e decide correr riscos, tomar decisões e gerir recursos, no lançamento de um novo negócio ou serviço. O empreendedor é alguém que cria riqueza para si próprio e, simultaneamente, para a sociedade.
No actual contexto socioeconómico, o empreeendedorismo remete-nos para uma forma de desafiar o desemprego e (re)ingressar no mundo do trabalho.  
A Estratégia de Lisboa, adoptada pelo Conselho Europeu em Março de 2000, contemplou, como um dos objectivos principais dos estados membros, a promoção do empreendedorismo como instrumento privilegiado para atingir o objectivo estratégico da UE: construir a economia mais dinâmica e competitiva do mundo, baseada no conhecimento, capaz de assegurar um crescimento económico sustentável e reforçar o emprego e a coesão social.
Um estudo recente do Eurobarómetro (2009) sobre empreendedorismo revela que cerca de 45% dos europeus gostariam de trabalhar por conta própria, valor inferior à percentagem de americanos na mesma situação (55%), e muito inferior quando comparados com a população chinesa (71%).
Segundo este mesmo estudo, são os homens, os mais jovens e os mais qualificados que revelam uma maior inclinação para a prática do empreendedorismo.
Por outro lado, Portugal apresenta dos mais elevados níveis de vontade para a criação do próprio negócio (51%), muito acima da média da UE27 (45%). Contudo, é de realçar que a percentagem de portugueses que considera essa possibilidade como viável nos próximos cinco anos é das mais baixas da Europa (apenas 18%), sendo a incapacidade de auto-financiamento (39%) e o actual contexto socioeconómico mundial (31%) as principais razões apontadas.
Apesar de demonstrarem vontade para apostarem na criação do próprio emprego, os portugueses não concretizam esta intenção. A ausência de uma cultura empreendedora em Portugal é uma das causas para esta inércia.
Portugal apresenta uma necessidade primordial de promoção de um clima e uma cultura favorável ao empreendedorismo, de forma a combater os elevados níveis de desemprego, as situações cada vez mais numerosas de pobreza e o instável crescimento da economia.
Assim, o GAEM foi criado com o propósito de fomentar uma cultura empreendedora que, por sua vez, promova a criatividade e o espírito empreendedor da população local, com vista à inclusão social de públicos desempregados e/ou a vivenciar processos de desfavorecimento e fragilização social. Nesse âmbito, disponibiliza à população um leque de serviços que visam não só promover uma cultura empreendedora, mas também apoiar a criação de negócios.

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